O Bonitão de Brasília & Os Falsos Elogios
- Madalena Costa
- 20 de fev
- 3 min de leitura

"Toda mulher precisa de um coro de elogios, de uma plateia particular." A frase de Clarissa Pinkola Estés, em Mulheres que Correm com os Lobos, fala sobre a importância do reconhecimento sincero. Quando um elogio é verdadeiro, ele fortalece, motiva e impulsiona a mulher a expandir sua criatividade e a transformar talento em ação produtiva.
Eu, pessoalmente, aprecio elogios, mas os que realmente me tocam são aqueles relacionados ao meu trabalho, vindos de amigos, leitores, família e das pessoas que me conhecem de verdade. Um elogio sincero, sem exageros, tem um poder incrível. Por outro lado, os falsos elogios – aqueles sem contexto, vazios, ditos apenas para agradar – são puro teatro.
Vivemos na era dos likes e do puxa-saquismo, e, em tempos de eleição, políticos fazem exatamente isso: distribuem elogios ao povo. Mas, depois do pleito, a realidade muda, e a população que se vire. Quem ainda não percebeu essa velha jogada?
A Busca Pela Perfeição e o Bofe de Brasília
Certa vez, encontrei uma antiga colega da área de estética. Entre risadas e taças de vinho, relembramos os bastidores dos atendimentos e uma história que me contaram, que teria sido trágica se não fosse tão surreal.
Uma bela mulher entrou desesperada na clínica da esteticista Rose:
— Help! Preciso de massagem, depilação completa, unhas feitas, maquiagem... Tudo para me deixar ainda mais linda. Pra ontem!
Rose, surpresa, respondeu:
— Ontem? Ontem eu nem trabalhei, meu filho estava doente.
— "Ontem" é modo de dizer, sua tonta! — retrucou a cliente, impaciente. — Acabei de marcar um encontro com um bofe maravilhoso!
— Qual deles? — perguntou Rose, já conhecendo a fama da amiga.
— Aquele bonitão de Brasília, lembra?
Rose respirou fundo.
— Ih... De Brasília? Sei não, toma cuidado.
— Querida, eu vou tomar tudo e todas... Menos cuidado!
Entre uma sessão de massagem e um retoque na maquiagem, Linda, como era chamada, se encheu de confiança. Mas, no meio da transformação, começou a reclamar:
— Só tem um problema... Ainda estou um pouco acima do peso.
— Mesmo assim, está linda! — disse Rose, tentando animá-la.
— Sortuda é você, Rose, que é magérrima! — mentiu Linda descaradamente.
Rose riu.
— Magérrima nada! Sou uma falsa magra... Assim como você!
O que era para ser uma brincadeira virou ofensa.
— Ah, entendi... Tá me chamando de falsa, é?
— Quer um elogio sincero? Você faz tratamento para reduzir medidas aqui na clínica, mas chega em casa e devora uma jaca inteira com um quilo de farinha e uma Coca-Cola de dois litros. Eu sou profissional, não milagreira!
O clima pesou. E o que começou com um elogio acabou virando um barraco. Mechas de mega hair voaram, brincos desapareceram pelo chão da clínica mais chique da Barra da Tijuca.
A Verdade Sempre Vem à Tona
O resultado da confusão? Delegacia. Corpo de delito. Ameaças de processo. Enquanto Rose e Linda discutiam, a delegada de plantão tentava manter a ordem e ainda lidava com outra ocorrência: um certo bonitão de Brasília havia acabado de ser preso.
O motivo? Não era corrupção, caixa dois ou dinheiro escondido na cueca. O problema era outro: dívida de pensão para duas ex-mulheres. Ele prometera dividir sua fortuna com elas, mas, esperto, escondeu boa parte do dinheiro em uma conta na Suíça. O detalhe que ele esqueceu? Ex é para sempre. Com raiva, então, são eternas.
No fim, Rose e Linda se reconciliaram, perceberam o quanto a briga foi tola e saíram dali rindo da ironia da vida.
A lição? Falsos elogios e falsidade ideológica são para especialistas. E tem gente que se torna PHD nessas matérias.
Hilário!!!!
Que situação heim!!!???
Também sou dessas que não gosta de falsos elogios e nem de falsas amigas! E mulher esperta percebe logo quem é quem, nos mínimos detalhes. Deleto logo da minha vida.
No causo em questão: mais vale uma amiga entre tapas e beijos que um bonitão cheio de "ex-love" que não vale nem R$ 1,99 (como ja dizia Gaby Amarantus). Amei Mada.